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No Farol de Montedor

Falando, ainda, da visita de Ilda Figueiredo e Agostinho Santos ao PapaPapel Atelier.
Passado uns dias após a visita, recebi um e-mail de Ilda, oferecendo-me um lindo poema que, falava do que ela viu e sentiu. Foi uma honra para mim tal oferta. Obrigada, Ilda.
É claro que, vou partilhá-lo convosco. Vou deixar algumas fotos e, o poema.

Farol de Montedor



Moinhos



Sinal sonoro

Cabeçudos


O atelier



A mulher

O poema

No farol de Montedor

Na tarde, o farol era só a torre
 sobre o verde, a contrastar
com o azul do mar,
erguendo-se acima do moinho de vento;
mas é luz, orientação e futuro
há mais de cem anos
no lugar de Montedor:
força dos homens que recolhiam o sargaço
na pequena masseira
ou ainda arriscam a vida na pesca costeira
Haverá dinâmica e futuro,
a culminar o esforço da subida,
quando o olhar se espraia na paisagem
ou se interroga no mistério da evolução:
das gravuras rupestres nas rochas vizinhas
à tecnologia da luz - que o faroleiro maneja
numa sabedoria milenar -
inclui-se o farol de Alexandria
ali, na freguesia de Carreço.

No segredo da casa, a mulher
aprofunda o mistério da criação:
da massa de papel nascem anastácias
cabeçudos, gatos, elefantes e outros quejandos,
que se definem em cores
e saltam para os sonhos
de quem ainda tem asas,
e transforma na lira da luta
 a tristeza e o empobrecimento
- o voo da transformação social
é a luz do farol na vida humana.

Janeiro 2012

Ilda Figueiredo


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